domingo, 1 de fevereiro de 2009

PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO E FÉ CRISTÃ

Como todos estiveram acompanhando, foi aprovado, nestes dias, pelo Supremo Tribunal Federal, por 6 votos a favor e 5 contrários, a manutenção do artigo 5° da lei de biossegurança (11.105) que autoriza experiências com células-tronco.
Para que entendamos de que se trata, as células-tronco são muito importantes porque podem se transformar, modificar ou gerar cópias idênticas de si mesmas, independentemente de serem elas embrionárias ou adultas.

As pesquisas com células-tronco se converteram em “assunto da vez”, até porque poderão “no futuro que já chegou” funcionar como células substitutas em tecidos danificados, como acontece nos casos de Alzheimer, de Parkinson ou no lugar de células que o organismo humano deixa de produzir por determinadas deficiências, como no caso do diabetes.
Ora, é evidente que os muitos enfermos aguardam com ansiedade pelas descobertas científicas, até porque possibilitarão a cura do ainda incurável e, por conseguinte, a esperança de dias melhores.

Pessoalmente como cristão, por esses benefícios à saúde da humanidade, não poderia ser contra as pesquisas com células-tronco. Mas, honestamente, torci para que elas não fossem autorizadas no caso com embriões.

Ora, se já está comprovado pelos avanços científicos que as células-tronco de adultos podem ser retiradas de qualquer das partes do corpo, por que essa decisão? Cito a microbióloga e professora da Universidade de Brasília (UnB), drª Lenise Garcia, quando diz: “As células-tronco adultas são eficazes, existe menos chance de rejeição e não precisamos destruir um embrião, uma vida”, conclui.

Para a ciência, qual o momento em que começa um ser humano? E para a fé cristã? Digo-lhes que nesses 30 anos de exercício do ministério pastoral já acompanhei interessantes, conquanto acirradas, discussões com respeito a qual deva ser considerado o começo da vida no ventre da madre, ouvindo e lendo opiniões diversas. Quando é que a criança recebe o fôlego da vida? No momento da geração?

A própria ciência oferece respostas interessantes. A biologia moderna continua defendendo que “os ancestrais são unidos aos seus descendentes por um liame material contínuo, pois é da fertilização da célula feminina (o óvulo) pela célula masculina (o espermatozóide) que emerge um novo indivíduo da espécie humana. Cada indivíduo tem o seu início no encontro dos cromossomos do pai com os da mãe. Neste instante estão coletadas todas as informações genéticas necessárias e suficientes para exprimir todas as características inatas do novo indivíduo”.

Conquanto isto, é cada vez maior o número de cientistas capazes de circunscreverem a visão de pesquisa com células-tronco a simples utilitarismo, para os quais o embrião humano não passa de um material de laboratório. Só sendo assumidamente materialista, de posturas resumidamente técnicas, para fazê-los incapazes de enxergar a nobreza da vida humana!

Como cristãos, a nossa perspectiva sobre o ser humano é, antes de mais nada, a de um projeto de Deus, detalhadamente formado para efetivar desígnios divinos!

Muito mais do que confluência fortuita entre um óvulo e um espermatozóide, somos fruto do poder criador do Senhor, desenhados para cumprir propósitos de Sua vontade.

Que passem longe de nós abordagens que insinuem quaisquer margens de fanatismo conseqüente, contudo, defendamos o início da vida humana no momento em que houve a fecundação do óvulo que daí se transforma em zigoto. A partir daí dá-se a vida que, por todas as implicações espirituais, morais e éticas não deve, de forma alguma, ser objeto de manipulação. O embrião já é um ser humano em potencial, ainda que não plenamente desenvolvido.

O salmista, inspirado por Deus, produziu uma das mais significativas páginas do Velho Testamento: “Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe...” (Sl 139.16). Ou seja, quando o espermatozóide de meu pai entranhou no óvulo de minha mãe, resultou na primeira célula desse “ser humano que sou eu”, já com as particularidades definidas, os tecidos, a cor da cútis, a cor dos olhos, até o tipo dos cabelos. No Salmo 139 temos a perpetuação do conceito de quando começa a vida, desde o embrião, a que o próprio rei Davi convenciona de algo prodigioso, formidável.
Dr. Marcos Antonio, freqüentador da nossa igreja, nos presenteia com o texto a seguir: “nas horas seguintes à fecundação, inicia-se a divisão do ovo rumo ao útero”. E diz mais: “o que era uma célula, passa a duas, e logo são quatro, e oito, e dezesseis, e assim por diante. No útero, o ovo penetra fazendo um verdadeiro 'ninho', onde se alimentará e crescerá, durante cerca de nove meses, porém resguardadas as características estruturais genéticas já definidas, seja de um homem ou de uma mulher”.

Então, volto a ler o Salmo 139: “no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra”.

Sim, nós que prezamos pelos valores cristãos, queremos ver os poderes da República legislando de forma a dar aos organismos científicos as pesquisas que são reconhecidamente do interesse, não só da classe médica, mas, e principalmente, das milhares de pessoas portadoras de enfermidades hoje ainda incuráveis. Todavia, sem prescindir dos princípios éticos e morais emanados da Bíblia, e de alguma forma cridos neste país chamado “cristão”, mormente neste momento globalizante, onde tudo vai se fazendo, qual tendência irreversível, cada vez mais relativo. Inclusive a vida.

“Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem chamam mal, diz o Senhor” (Is 5.20).

ELI FERNANDES DE OLIVEIRA - Doutor em Teologia, 2° vice-presidente da CBB, pastor da IB da Liberdade

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O último folheto

Todos os domingos à tarde, depois do culto da manhã na igreja, o pastor e seu filho de 11 anos saíam pela cidade e entregavam folhetos evangelísticos. Numa tarde de domingo, quando chegou a hora do pastor e seu filho saírem pelas ruas com os folhetos, fazia muito frio lá fora e também chovia muito. O menino se agasalhou e disse: − Ok, papai, estou pronto. E seu pai perguntou: − Pronto para quê? − Pai, está na hora de juntarmos os nossos folhetos e sairmos. Seu pai respondeu: − Filho, está muito frio lá fora e também está chovendo muito. O menino olhou para o pai surpreso e perguntou: − Mas, pai, as pessoas não vão para o inferno até mesmo em dias de chuva? Seu pai respondeu: − Filho, eu não vou sair nesse frio. “Triste, o menino perguntou: − Pai, eu posso ir? Por favor! Seu pai hesitou por um momento e depois disse: − Filho, você pode ir. Aqui estão os folhetos. Tome cuidado, filho.” − Obrigado, pai! Então ele saiu no meio daquela chuva. Este menino de onze anos caminhou pelas ruas da cidade de porta em porta, entregando folhetos evangelísticos a todos que via. Depois de caminhar por duas horas na chuva, estava todo molhado, mas faltava o último folheto. Parou na esquina e procurou por alguém para entregar o folheto, mas as ruas estavam totalmente desertas. Então se virou em direção à primeira casa que viu e caminhou pela calçada até a porta, tocando a campainha. Tocou, mas ninguém respondeu. Tocou de novo, mais uma vez, mas ninguém abriu a porta. Esperou, mas não houve resposta. Finalmente, este soldadinho de onze anos se virou para ir embora, mas algo o deteve. Mais uma vez, se virou para a porta, tocou a campainha e bateu na porta bem forte. Esperou, alguma coisa o fazia ficar ali na varanda. Tocou de novo e desta vez a porta se abriu bem devagar. De pé na porta estava uma senhora idosa com um olhar muito triste. Ela perguntou gentilmente: − O que eu posso fazer por você, meu filho? Com olhos radiantes e um sorriso que iluminou o mundo dela, este pequeno menino disse: − Senhora, me perdoe se a estou perturbando, mas eu só gostaria de dizer que JESUS A AMA MUITO, e eu vim aqui para lhe entregar o meu último folheto, que lhe dirá tudo sobre JESUS e seu grande AMOR. Então entregou seu último folheto e se virou para ir embora. Ela o chamou e disse: − Obrigada, meu filho!!! E que Deus te abençoe!!!
Bem, na manhã do domingo seguinte na igreja, o Papai Pastor estava no púlpito. Quando o culto começou ele perguntou: − Alguém tem um testemunho ou algo a dizer? Lentamente, na última fila da igreja, uma senhora idosa se pôs de pé. Conforme ela começou a falar, um olhar glorioso transparecia em seu rosto. − Ninguém me conhece nesta igreja. Eu nunca estive aqui. Vocês sabem, antes do domingo passado eu não era cristã. Meu marido faleceu há algum tempo, deixando-me totalmente sozinha neste mundo. No domingo passado, sendo um dia particularmente frio e chuvoso, tinha decidido em meu coração que chegaria ao fim da linha. Não tinha mais esperança ou vontade de viver. Então peguei uma corda e uma cadeira, subi as escadas para o sótão da minha casa. Amarrei a corda numa madeira no telhado, subi na cadeira e coloquei a outra ponta da corda em volta do meu pescoço. De pé naquela cadeira, tão só e de coração partido, estava a ponto de saltar quando, de repente, o toque da campainha me assustou. Pensei: “Vou esperar um minuto e quem quer que seja irá embora” Eu esperei e esperei, mas a campainha era insistente; depois a pessoa que estava tocando também começou a bater bem forte. Pensei: “Quem neste mundo pode ser? Ninguém toca a campainha da minha casa ou vem me visitar.” Afrouxei a corda do meu pescoço e segui em direção à porta, enquanto a campainha soava cada vez mais alta. Quando abri a porta e vi quem era, mal pude acreditar, pois na minha varanda estava o menino mais radiante e angelical que já vi em minha vida. O seu SORRISO, ah, eu nunca poderia descrevê-lo a vocês! As palavras que saíam da sua boca fizeram com que o meu coração que estava morto há muito tempo SALTASSE PARA A VIDA, quando ele exclamou com voz de querubim: − Senhora, eu só vim aqui para dizer QUE JESUS A AMA MUITO. Então me entregou este folheto que eu agora tenho em minhas mãos. Conforme aquele anjinho desaparecia no frio e na chuva, fechei a porta e atenciosamente li cada palavra deste folheto. Então eu subi para o sótão para pegar a minha corda e a cadeira. Eu não iria precisar mais delas. Vocês vêem − eu agora sou uma FILHA FELIZ DO REI!!!
Já que o endereço da sua igreja estava no verso deste folheto, vim aqui pessoalmente para dizer OBRIGADA ao anjinho de Deus que no momento certo livrou minha alma de uma eternidade no inferno. Não havia quem não tivesse lágrimas nos olhos, na igreja. E quando gritos de louvor e honras ao REI ecoaram por todo o edifício, o Papai Pastor desceu do púlpito e foi em direção à primeira fila, onde o seu anjinho estava sentado. Ele tomou o seu filho nos braços e chorou copiosamente. Provavelmente nenhuma igreja teve um momento tão glorioso como este e provavelmente este universo nunca viu um pai tão transbordante de amor e honra por causa do seu filho... Exceto um.
Este PAI também permitiu que o Seu Filho viesse a um mundo frio e tenebroso. Recebeu o Seu Filho de volta com gozo indescritível, todo o Céu gritou louvores e honra ao Rei, o PAI assentou Seu Filho num trono acima de todo principado e potestade e lhe deu um nome que é acima de todo Nome. Bem aventurados são os olhos que vêem esta mensagem. Não deixe que ela se perca, leia-a de novo e passe-a adiante. Lembre-se: a mensagem de DEUS pode fazer a diferença na vida de alguém próximo a você.

Congregaçao em Guatapará







sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

“O Poder do Exemplo”

Podemos aprender conceitos e atitudes através de várias maneiras. Uma delas é por meio da imitação, do exemplo. Isso fica claro quando assistimos o filme Vem dançar, tendo como ator principal Antonio Bandeiras. Ele interpreta Pierre Dulaine, um professor de dança que resolve investir seu tempo, como voluntário, no ensino de dança de salão a jovens violentos de um bairro pobre de Nova York. Numa das cenas, Dulaine está numa sala para falar com a diretora. Enquanto esperava para ser atendido, demonstrou por uma ou duas vezes gentileza para com as pessoas que saíam ou entravam na sala de espera.
Sempre se levantava para abrir gentilmente a porta de saída. Naquela mesma sala, um dos seus futuros alunos o observava. Enquanto Dualine estava sendo atendido pela diretora, o menino, já sozinho na sala de espera, repete o gesto que observara atentamente. Levanta-se e abre gentilmente a porta para uma senhora. Nenhuma palavra Dulaine dirigiu ao menino, apenas o exemplo.
Um dia desses estava lendo II Reis. Procuro ler os livros históricos com uma atenção redobrada. Muitos detalhes nos textos podem passar despercebidos. Um dos textos que me causou impacto está registrado em II Rs. 17. 41, na sua última parte. Diz assim: “Até hoje seus filhos e seus netos continuam a fazer o que os seus antepassados faziam”. O que eles faziam? Lendo os capítulos anteriores, desde o seu início, verificamos que as práticas religiosas não eram as recomendadas por Deus a seu povo. Aquela geração estava imitando os costumes detestáveis das nações que o Senhor havia expulsado de diante dos israelitas (II Rs. 16. 3). Além disso, oferecia sacrifícios e queimava incenso nos altares idólatras (II Rs. 16. 4).
Mais adiante, em II Reis 17, vemos o triste desfecho. Israel é deportado para a Assíria. Do versículo 7 ao 23 há um relato do quanto Israel havia se afastado de Deus, ao ponto de queimar seus próprios filhos e filhas, além de praticar a feitiçaria (II Rs. 17. 17). Mesmo tendo Deus enviado um sacerdote para lembrar a Israel os mandamentos divinos (II Rs. 17. 28), o povo mantinha a rebelião espiritual. Então o texto é concluído com a frase: “Até hoje seus filhos e seus netos continuam a fazer o que os seus antepassados faziam”. Filhos e netos aprendem a adorar a Deus, ou não, observando os pais e avós. O que estamos ensinando aos nossos filhos e netos? Estamos ensinando, através da prática, o valor da Bíblia e da oração? Estamos vivendo o valor de temer a Deus? Estamos ensinando, através do dia-a-dia, uma religião que deve ser praticada somente aos domingos ou uma religião que não se restringe somente às quatro paredes do templo, mas que é vivenciada todos os dias da semana?
A igreja de amanhã será o espelho do cristianismo que vivemos hoje em nossos lares. Se vivemos em nossos lares o amor para com o próximo, teremos, no futuro, um cristianismo preocupado em fazer o bem aos mais desafortunados. Se vivemos em nossos lares, hoje, a paixão em evangelizar, teremos, amanhã, uma igreja evangelizadora. Se em nossa família, hoje, demonstramos amor para com missões, teremos amanhã uma igreja cada vez mais missionária. O futuro da igreja está em primeiro lugar nos lares. É no lar, no seio da família, que estamos moldando a igreja do amanhã.
Pegue sua Bíblia e leia II Rs. 17. 41 e faça a seguinte pergunta a si mesmo: “O que faço hoje, como pai, mãe, avô ou avó está ajudando ou prejudicando a continuidade da fé cristã na vida de meus filhos e netos?”

“Gilson Bífano”